À minha Aldeia
Ainda no teu orvalho a refrescar me sinto
Volto a ser filha da terra, fico no teu regaço
Ébria de afagos os raios de sol eu finto
E entrego-te o meu sorriso, o meu abraço.
Respiro o aroma das flores, percorro teu seio
Baloiço-me nas àrvores onde sopra o vento
Todos os sentidos para ti norteio
Um abraço é inevitável o amor é o sentimento.
No rio molho os pés nos redemoinhos
Recordo quando o tempo não passava por mim
Lembro ser jovem, conheço teus caminhos
Lembro que era eu o tempo que não tinha fim.
Vem à memória a partida como se fosse hoje!
Levava comigo a tristeza por companhia
Ouço o grito dos pássaros na madrugada doce
E lembro a claridade a chegar anunciando o dia.
Também a saudade de quem ficou e não esqueceu
Já nada seria como dantes, e na amizade?!
A simplicidade dos gestos, uma carta se escreveu
A ausência sentida se tornaria eternidade.
Lembranças...São lembranças e eu as guardei!
Fechadas num subescrito selado
Cada pormenor dentro de mim gravei
Com amor mantenho dentro do peito guardado.
Esta é mais uma poesia de lembranças de que a Vida é feita.
rosafogo
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