terça-feira, 13 de maio de 2014

o atrás já não existe...

a casa está vazia
batem as portas ao vento
as arvores têm a raiz contorcida
desde que aqui
deixou de haver vida.
o perfume é doce e forte
o assobio dum pássaro
vem lembrar a morte.

o ar torna-se abafado
e uma ruga surge com brusquidão
meu olhar perturbado
só o rio canta
as mesmas cantigas de então...

é como se eu fosse outra pessoa
e já não eu...
já não vejo a colcha de retalhos
colorida
nem a cântara já meio partida
nem o galo de garganta afinada
cantando pela madrugada
como tudo parece abandonado
sempre o tempo
e sua hostilidade
ah...mas do sabor da sopa
chega a saudade...

Há quem diga que é imaginação
mas não é...não!
ouço novidades
trazidas por vozes inquietas
são novas, novas verdades
que vêm de além
da casa de portas abertas
onde já não habita ninguém.


e a voz do vento faz-se ouvir
O atrás já não existe
voa sê livre no pensar,
não negues as asas,
deixa-te voar.


natalia nuno
rosafogo

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Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe


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