quarta-feira, 16 de maio de 2012

NÃO PRECISO DE CAIXÃO

Poemas -> Desilusão : Não preciso de caixão
Tags: vida saudade tristeza morte Terra;Gentes
NÃO PRECISO DE CAIXÃO

Com o tempo surge o desanimo da vida
Até o corpo não resiste às mudanças da lua
E a tristeza fica em mim retida
Nem ouço os passos das gentes na rua.
A cabeça parece a mó dum moinho
Andando sempre à roda
Das coisas que se aproveitam, nem adivinho
Tudo parece fora de moda.
Assim como estes caixilhos da janela!?
E até a ribeira ao longe que avisto por ela.

Trago secos meus gestos
Um mar dentro da minha cabeça
Do meu sol, já sobram os restos
Fecho a janela antes que adormeça.

Choveu no meu corpo inteiro
E de lama desfeita me deito
Olho a última vez os pássaros, respiro da giesta
o cheiro...
Deito a memória no lastro do peito.

Uiva o vento com alguma intensidade
As gentes vivem num arrastar pesado
Arrastam-se numa pesada saudade!?
Que do presente nada possuem, só o passado.


Por que há-de a Vida condenar-me
Até sonhando me traz inquietação
Há-de vir a morte roxa pegar-me!
Pois me entreguem à terra, não preciso de caixão.

Rosafogo
Este poema vai a concurso na camara de Niscemi
província de Caltanisetta Secilia - Itália

Non ho bisogno di una bara!

Con il tempo il scoraggiamento della vita
Fino a quando il corpo non resiste mutamenti della luna
E la tristezza in me viene mantenuto
Né sentirei i passi della gente per strada.
La testa appare come un mulino di macinazione
Sempre a girare
Approfittando delle cose, non indovino,
Tutto sembra fuori moda.
Poiché queste incornicia la finestra!?
Anche il fiume la distanza che le ho posto.

Io porto i miei gesti secchi
Un oceano nella mia testa
Il mio sole, dato che i detriti lasciati
Chiudo la finestra prima di addormentarmi.

Ha piovuto per tutto il mio corpo
E io di fango mi riempio, e mi addormento.
É l'ultima volta che guardo gli uccelli,e il respiro l'odore dei fiore...
Sdraio la memoria nel pavimento del mio petto.

Vento ululante con una certa intensità
Le persone che vivono in un trascinamento pesante
Creep in una nostalgia pesante!?
Che non hanno niente di questo, solo il passato.


Perché la vita mi condanna?
Anche sognare è preoccupante
Verrà la morte viola a prendermi
Quindi mi libererà a terra, non ho bisogno di una bara.

Rosafogo

Vai a concurso de poesia na Câmara de Niscemi
na província de Caltanisetta na Secilia- Itália.

Para o meu neto Giuseppe Lombardo



Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe

Escrevo para que a vida continue sendo vida.
    
rosafogo
Autorrosafogo
Texto
Data17/04/2010 18:53:42
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Enviado porTópico
Henricabilio
Publicado: 17/04/2010 19:16 Atualizado: 17/04/2010 19:16
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Re: Não preciso de caixão
A fuga do Tempo rouba-nos muito da nossa alegria, mas por outro lado, apura a lucidez - o que também em poesia se torna enriqueceDOR.

A saudade e a melancolia, imprimem um toque refinado às palavras.

Um abraçooo!

Abilio

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 17/04/2010 19:23 Atualizado: 17/04/2010 19:24
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Re: Não preciso de caixão/Henricabílio
A escrita é como um sonho, onde eu interrogo,
desabafo, e tento encontrar resposta ou pelo menos
alguma quietude.

Abraço com amizade
Obrigada Abílio
rosa

Enviado porTópico
Beija-Flor76
Publicado: 17/04/2010 19:20 Atualizado: 17/04/2010 19:20
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Re: Não preciso de caixão
Começam a faltar-me as palavras para que não me torne repetitivo.
fico por aqui, gosto e quando se gosta gosta-se e pronto .
Beijinho
Beija-flor

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 17/04/2010 19:30 Atualizado: 17/04/2010 19:30
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Re: Não preciso de caixão/Beija-Flor76
És sempre bem vindo e eu te agradeço a presença e
o apreço, fico feliz também por que gostas e me
fazes saber.
Escrevo como vês simples, raramente emendo porque eu acho que criação é isto mesmo, o que sai da alma sem haver necessidade de recorrer a composição.
Beija, para ti o meu abraço
rosa

Enviado porTópico
AuroraRosado
Publicado: 17/04/2010 19:23 Atualizado: 17/04/2010 19:23
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Re: Não preciso de caixão
Foi muito bem conseguida a expressividade das imagens que usa para dar voz à apatia e ao desalento, companheiros da vida que passa e da morte que se aproxima. Aprecio muito os seus textos.

Bj

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 17/04/2010 19:33 Atualizado: 17/04/2010 19:33
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Re: Não preciso de caixão/AuroraRosado
Minha querida Poeta, a monotonia da aldeia, o dia chuvoso, os vidros baços, a lareira acesa, tudo convidou a que a inspiração hoje fosse assim melancólica.

Agradeço o carinho, é um orgulho receber palavras tuas, Poeta que eu admiro.

beijo
rosa

Enviado porTópico
Henrique Pedro
Publicado: 17/04/2010 19:39 Atualizado: 17/04/2010 19:39
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Re: Não preciso de caixão
Ultraromantismo, a jeito de Soares dos Passos (quem se não lembra da Noivado do sepulcro?), com dramatismo exacerbado. A construção é engenhosa e bem reforça o tema.

Aplaudo

Bj

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 17/04/2010 20:02 Atualizado: 17/04/2010 20:02
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Re: Não preciso de caixão/Henrique Pedro
Agradeço a presença do amigo e as palavras que me deixam orgulhosa.
Deste Poeta que fala já li um pouco sim, e li este poema, em que ele fala do eterno amor, que permanece para além da morte.
Poeta triste, talvez até um pouco mórbido,lá tinha
os seus motivos, as palavras servem para isto mesmo, expressarmos o que nos vai na alma.

Um abraço Poeta Henrique
da rosa

Enviado porTópico
Mariaa
Publicado: 17/04/2010 19:45 Atualizado: 17/04/2010 19:45
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Online!
Re: Não preciso de caixão
A morte amiga é o nosso fim último
aquilo que temos mais certo
e ficar à espera dela sem ritmo
e com tudo num garande desacerto,
não minha amiga, nem de longe, nem de perto...

Vive o momento presente com paixão,
se as brasas estão mortiças eu sopro
para que se avivem e teu coração
voe por aí divertido num sonho raro...

Deixa o comboio seguir no trilho
e não saias já na próxima estação,
pois ainda vais parir um e outro filho,
esses versos que embalam a razão!

Afina bem esses teus vivos desejos
e dá-lhes total liberdade amiga,
e no teu céu verás surgir mil lampejos
e uma vontade de cantar alegre cantiga!

Mas contudo diz sempre o que sentes
e no que emana da tua pura alma
dia-a-dia tu serenamente atentes
e descubras a paz e a infinita calma!

N BEIJOS E MIL ABRAÇOS SIDERAIS
DA AMIGA AO DISPOR
Maria*+* *+*

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 17/04/2010 20:08 Atualizado: 17/04/2010 20:08
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Re: Não preciso de caixão/Mariaa
Olá Maria
Belos versos me deixas de animo, corajosa que tu és, te admiro, sempre bem disposta, sempre pronta para a rima alegre, olha amiga bem precisada estava pois até me fizéste sorrir (parir a uma hora destas só por obra do Espírito Santo), mas
seguirei teu conselho viverei o melhor que puder,
pois a meu apeadeiro se aproxima.

beijo linda, te agradeço
beijinho
rosa

Enviado porTópico
VónyFerreira
Publicado: 17/04/2010 22:16 Atualizado: 17/04/2010 22:16
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Re: Não preciso de caixão
a vida vai-nos tirando os sonhos, o encanto,
mas nunca por nunca permitas que ela te
reduza a essa tristeza crónica.
Rosa, que poema triste!!!
Não te quero ler assim deprimida, percebes?
O poema é triste mas belo, mas deixa
como que uma angustia a divagar...
Adorei a tradução em italiano, uma
que considero muito dócil para se cantar o amor.
Beijo
Vóny Ferreira

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 18/04/2010 01:37 Atualizado: 18/04/2010 01:37
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Localidade: Natural de LAPAS-Torres Novas - Vive em- LOURES
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Re: Não preciso de caixão/Vóny Ferreira
Passou amiga, sabes faz anos que minha mãe faleceu
estavam as laranjeiras em flor, ao chegar a recordei e meu dia entristeceu. Não te admires
já sabes que eu sempre assim escrevo, mas não deixo de ser feliz, nem que a tristeza me abata.

obrigado amiga,
resolvi mandar a concurso, omeu neto me entusiasmou, é a terra de seu pai.

beijinho
da rosa
Sabes que lido em italiano ficou bonito.

Enviado porTópico
Alberto Moreira Ferreira
Publicado: 17/04/2010 22:48 Atualizado: 17/04/2010 22:48
Da casa!
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Re: Não preciso de caixão
o passado é realmente o unico presente adquirido
e a tal caixa é apenas uma caixa
bj.
Alberto

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 18/04/2010 01:40 Atualizado: 18/04/2010 01:40
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Localidade: Natural de LAPAS-Torres Novas - Vive em- LOURES
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Re: Não preciso de caixão/albertos
Sem dúvida amigo, é o passado que carregamos conosco, nem sempre fácil, embora da vida nunca se desista apesar dos males.E caixa é apenas caixa tem razão, pouco importa.

beijo obrigada, pela leitura
rosa

Enviado porTópico
anonimuzz
Publicado: 18/04/2010 19:33 Atualizado: 18/04/2010 19:33
Muito Participativo
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Re: Não preciso de caixão
O caixão é a derradeira tentativa de controlarmos a morte e o que vem com ela: o desaparecimento total das nossas memórias e pensamentos, do nosso corpo e tudo o mais que nos define. Mas antes mesmo de morrer, já as nossas vidas começaram a apodrecer há muito tempo e a deixar-nos neste estado de melancolia que bem se retrata no texto. Nah, não precisa de caixão.

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 18/04/2010 20:50 Atualizado: 18/04/2010 20:54
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Usuário desde: 28/07/2009
Localidade: Natural de LAPAS-Torres Novas - Vive em- LOURES
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Re: Não preciso de caixão/anonimuzz
Meu querido Poeta, que prazer na visita e nas palavras que adorei receber. Admiro-te como poeta e como jovem, pela capacidade de entendimento das coisas da vida que geralmente só a vida e consequentemente a idade nos vão tornando conhecedores.

«Emerge a noite, o desejo dá razão
À fuga da sombra que tolda o querer
Ignora-se o medo, resiste a paixão
Procura-se o grande segredo de viver assim,
Na vida em si.»

Desejos perdidos...
Do teu belo livro «Detrás da sombra» que eu adorei ler

Obrigado amigo Poeta Yegamino
um abraço
da rosa

Enviado porTópico
anonimuzz
Publicado: 21/04/2010 15:02 Atualizado: 21/04/2010 15:02
Muito Participativo
Usuário desde: 29/10/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 72
Re: Não preciso de caixão/anonimuzz
Obrigado eu por todo o apoio no meio virtual e no real. Vou continuar a tentar aprender mais e fazer melhor, e espero que também continue a seguir essa jornada, junto com os restantes artistas e aprendizes do Luso. Abraço.

Enviado porTópico
AnaMartins
Publicado: 18/04/2010 19:39 Atualizado: 18/04/2010 19:39
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Localidade: Porto
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Re: Não preciso de caixão
Rosinha, temo começar a tornra-me repetitiva, mas restam-me poucos adjectivos para ti. Para a tua poesia também, mas eu tenho este estranho hábito de amar primeiro os autores e só depois as obras...

Minha querida, dane-se o concurso, apaudo-te em pé pela mulher de força e raça que és!


Beijinhos dos dois!

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 18/04/2010 21:03 Atualizado: 18/04/2010 21:04
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Re: Não preciso de caixão/AnaMartins
Eu também sou assim, primeiro a pessoa e há aquelas de que do meu pensamento já não saem, sabes como é.
Pode até não parecer, mas sou muito preocupada
com aqueles de quem gosto e antes de mais desejo é
que sejam felizes, torço para que tudo lhes corra bem, peço, já que sou uma mulher de fé.

O concurso, sabes que tenho um genro e neto italianos e então teve de ser, mas a tradução não
é facil, mas diz que está tal qual por isso lá me meti nesta.
É que eu sou mais louca, que eles todos juntos.

Também um beijinho muito carinhoso
para o pequenino e um para ti para não ficares a chorar.
para ti o melhor, linda!
rosa

Enviado porTópico
Vania Lopez
Publicado: 19/04/2010 02:52 Atualizado: 19/04/2010 02:52
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Re: Não preciso de caixão
Já estou feliz por voce, minha querida! O poema esta perfeito, torço daqui para que ganhes, mas também já é um ganho participar! Que legal! Beijo de pura sorte pra ti.

Enviado porTópico
rosafogo
Publicado: 19/04/2010 12:35 Atualizado: 19/04/2010 12:35
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Localidade: Natural de LAPAS-Torres Novas - Vive em- LOURES
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Re: Não preciso de caixão/Vania
Que loucura não é amiga, concorrer num País que não é o meu, meu neto querido é italiano e me incentivou por ser na terra de seu pai e avós,
foi só por graça claro, de qualquer forma senti o carinho nas tuas palavras amigas e te agradeço,
és uma amiga para mim muito querida.

Beijinho, também com desejo de toda a sorte doi mundo para ti.
rosa


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